sábado, 15 de junho de 2013

CABALA E OS SONHOS

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O HISTÓRICO DO SONHO

Os sonhos mexem com o ser humano desde a antiguidade. Nas civilizações antigas,
interpretar os sonhos era uma ciência que colocava qualquer um em prestígio ou
desgraça, dependendo de que rumo a história tomava, após a instrução ser
passada. Mas hoje em dia, poucos entendem qual é a real importância do sonhos
para nossas vidas.

Nas escrituras judaicas, encontramos um exemplo sublime, com a História de José
(Yosseff). Filho de Jacó (Yacoov), desde cedo, apresenta a capacidade de lidar
com sonhos de forma objetiva, o que foi se aprimorando com a sabedoria da
Cabala. Isto o coloca como favorito de seu pai e como inimigo dos irmãos, que o
vendem ainda novo como escravo. No Egito, passa por diversas situações, até ser
preso. Mesmo no cárcere, impressiona a todos por sua capacidade de interpretar
sonhos e sua reputação cresce.

Um dia, o Faraó do Egito tem um sonho intrincado, onde sete vacas magras comem
sete vacas gordas e ainda assim continuam magras. Convoca todos os sacerdotes e
feiticeiros do Egito para interpretar este sonho e nenhum deles lhe parecem
convincente. É quando ouve falar de José e manda o levarem até ele. Lá, José
interpreta como sete anos de fartura e sete anos de miséria que o Egito
enfrentará, podendo assim salvar o país.

José, assim como os demais patriarcas e grandes Chachamin (sábios) obtiveram a
iniciação Cabalística, sabiam, que o sono corresponde a 1/60 avos do que é a
morte. Então, durante este período, o corpo passa a ter uma ligação tênue com a
alma, somente o necessário para que as funções vitais sejam mantidas. A maior
parte da alma, então, passa a ter contato com outras forças espirituais, que
podem ser de origem positiva ou negativa, segundo sua sintonia e elevação.

A CABALA E O SONHO

No seu tratado, Rabi Moshe Luzzatto nos informa que o criador concedeu este
atributo do sono, como uma forma de a alma "descansar" dos aspectos nocivos da
matéria. Ele via no sonho, uma arma para compreender o trabalho do Criador,
citando a passagem do Zohar que diz: "um sonho não interpretado é como uma carta
que não foi lida; se realizará, mesmo que não estejamos conscientes".

O contato da Alma, com elementos das esferas espirituais, faz com que coisas
possam ser vislumbradas de maneira única, sendo que essa informação pode é
trazida diretamente ao corpo adormecido. Na nossa esfera material, isso se
manifesta diretamente na imaginação da pessoa, gerando sonhos beatíficos ou
perturbadores e situações verdadeiras ou errôneas, dependendo da fonte de
informação que foi consultada.

Porém, um sonho, tal qual as escrituras é algo que pode demandar diversos
significados e mensagens, por isso, traz sentidos ocultos, que podem ser
interpretados. Ele age como uma descarga elétrica mental, flash de luz que nos
transmite sensações. Em seguida estas informações serão traduzidas de uma forma
que nosso consciente possa compreender, através dos sentidos que utilizamos.

A INTERPRETAÇÃO DE SONHOS

O Zohar nos diz que nada se materializa neste mundo, sem que antes tenha sido
revelado através de sonho. O Talmud nos diz que mais importante que o sonho em
si é a interpretação do mesmo, pois de nada adianta um mapa, sem ter quem busque
pelo tesouro. Por isso, é informado que nossos sonhos não devem ser contatos a
qualquer pessoa, mas sim à um sábio ou amigo capaz de interpretá-los.

A Cabala por milênios trabalha com a interpretação de sonhos, com resultados
incríveis. A grande arte neste caso, é extrair objetividade da subjetividade,
discernindo o conteúdo que provém da imaginação e perceber, a revelação que se
esconde no sentido esotérico. O Tzikas Ha Tzadik vai informar, que para
interpretar os sonhos de alguém, a pessoa deve ser um Rav (mestre), que tenha
conseguido direcionar seus desejos. Isso, porque como os sonhos têm profunda
connesão com os desejos, uma pessoa que não tenha este domínio se torna incapaz
de extrair a essência da verdade de um sonho.

Finalmente, entenderemos que nossos sonhos, nos ajudam a guiar nossa conduta,
com relação a derrotar o egoísmo e fazer parte da Egrégora Universal, onde reina
o Criador. Isso significa que os sonhos podem ser uma excelente ferramenta para
nossas conquistas aqui na matéria se soubermos aproveitar o profundo significado
deles. Em nada isto atrapalha nosso livre-arbítrio, já que temos sempre a opção
de também ignorar nossos sonhos.

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