Toda vez que aquilo ocorria ele sabia o que fazer. Era necessário clamar ao Messias, ao Salvador; de outro modo a tortura não pararia. Somente clamando ele se livrava da catalepsia projetiva, ou simplesmente paralisia do sono, que a partir de fevereiro daquele ano se tornaram diárias na vida dele. No entanto logo após clamar a Yeshua e ter cessado sua paralisia, ele pegava no sono e não dificilmente tinha bons sonhos e visões. Com anjos e jardins, porém as vezes era perseguido pelo seu pai nos sonhos, seu falecido pai. Ele sabia que aquilo não era bom.
Não dificilmente também acordava com pequenos arranhões ou então bem desanimado e cansado.
Boas experiencias, belos sonhos, más perseguições de algo que ele ainda não sabia o que era. Porém tudo mudaria naquela que seria uma fatídica semana de junho.
19 de junho. Mais um dia de prova na escola. Ele caminhava pra escola. Ainda com sono, porém assustado, seus três sonhos naquela noite foram diferentes de todos os outros.
Ele já tinha anotado o sonho para mostrar a sua amiga quando chegasse na escola.
Ela era a única a quem ele relatava tais sonhos e experiencias. Ela cria mesmo não tendo passado por nem metade de experiencias iguais a dele.
Ao chegar na escola ele não a viu, ''estranho'' pensou ele, pois ela jamais se atrasa ou falta a escola, pelo menos naquele ano ainda não havia faltado nenhuma aula sequer.
As horas passaram e ela não apareceu lá, também não retornou as ligações ou as mensagens no celular.
Com certeza ele passaria em sua casa após sair do colégio.
Ao chegar lá notou que os pais de sua amiga também não estavam; luzes apagadas, casa silenciosa, mas carro na garagem e janelas abertas. Ele já sabia, pensou em chamar os policiais mas achou melhor entrar na casa pela janela que dava acesso a sala. Antes relembrou seus sonhos como que em um flash.
No primeiro alguns lobisomens perseguiram-no até ate um hospital. Ali com ajuda de alguém que ele não se lembra, conseguiu matar os lobisomens, foi feroz como jamais pensou ser, utilizando alguma arte marcial desconhecida de sua mente.
No segundo sonho um relógio marcando 07:44 estava em seu pulso. E marcava aquela hora há muito tempo, ele em um barco acompanhando alguém, e o mar cor azul forte. O sonho foi bem longo, um passeio calmo, ele jurava que passaram-se dias ali, naquela paz e calmaria, olhando o luar e as instancias celestes acima de si.
O terceiro sonho era o mais preocupante. Ele vestido com uma roupa azul claro repleta do simbolo da estrela de Davi. Ele não contará, mas sabia que haviam 72 daquelas estrelas ali em sua roupa. Buscando alguma coisa ou alguém ele encontra uma pequena replica da Estatua da Liberdade e ao lado um papel onde se encontrava escrito a palavra Libélula, mas do outro lado havia a imagem de sua amiga que não apareça na escola.
Após relembrar durante alguns segundos seus sonhos ele decide entrar logo na casa pela janela, por dois segundos ao olhar um carro há uns 30 m dali ele juraria que sentiu para não entrar na casa, mas o fez mesmo assim.
Ele entra e chama ''Clara?''. Então ouve tosses no banheiro, mais tosses, mais tosses, ele caminha até lá tem sua visão mais aterrorizante. Um homem com o corpo coberto por tatuagens estranhas, olhos profundos e vazios de qualquer expressão. Alto, magro, moreno, trajando algo negro e com certeza quente. Seus olhos se fitaram, aquele ser o hipnotizava, e não parava de tossir. Ao lado do homem estava os pais de clara, pálidos e sem respiração, com algum furo ainda jorrando um pouco de sangue de seus pulsos. Clara porém estava deitada, respirando, como que dormindo.
O foco se volta ao homem que não para de tossir e começa a proferir algumas sentenças e palavras. ''Grego, Latim, que merda ele esta falando?'' pensou o jovem na porta do banheiro.
– Sim, Selumiel, estou falando grego. Pode me chamar de Dragão da morte, sou da Ordem dos Escorpiões, se lembra?''
Tentar fugir não foi possível, o garoto Selumiel caiu no chão
O homem o leva ao banheiro, sabe que seu tempo é curto e precisa agir logo.
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