quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O outro mundo - Cap 4 Os pacientes

Firmemente, assim Lúcio olhava pra Maiara, a moça na mesa que ia ser ''tratada''. Sem mover os olhos dela. Seu chefe entra na sala, voltando o saguão e prossegue direto ao assunto:
_Vamos iniciar a tortura.
_Correto, vou pegar o que primeiro pra iniciarmos?
_Primeiro amarre ela, a acorde com choques elétricos e a deixe na mesa sob a luz forte por umas horas. Vamos levar a dor e o sofrimento dela ao extremo, e depois cessaremos pra sermos vistos como salvadores dela. Vamos fazer isto muitas e muitas vezes, criando uma nova personalidade nela, submissa a nós. Mas a personalidade atual dela continuará ali, será por causa disto que usaremos a palavra Princesa, um elogio que ela gosta pra relaxa-la em possíveis momentos de fúria. Despertaremos dons nela dons.

Aquela técnica que seria usada era bem comum no processo da lavagem cerebral, mas era temporária, Marcos ainda decidia em sua mente se aplicaria algo rápido e temporário ou mais longo e também mais durável. Mas a decisão nem mesmo dependia dele e sim das Ordens Superiores, como eram denominadas nos corredores da base as pessoas que realmente mandavam no mundo e as raças aliens que proporcionavam tal poder, fortuna e riqueza.
Após explicar o processo a seu aprendiz, Marcos se dirige então da sala de tortura onde estava Maiara até as chamadas Jaulas, onde estava Julio. Três corredores de cinco metros fazem a distancia. Andando, ele ainda não se acostuma ao silencio da base, antes tão cheia e barulhenta, hoje quieta, mas sabia que isso era pra se deixar no passado.
Entrando na parte das jaulas ele nota que os greys escravos ainda não retiraram todos os corpos dali, dos antigos pacientes que morreram, ou como diria ele, ''fraquejaram''. Havia 20 corpos sendo 10 homens adultos, 6 crianças e 4 mulheres. Apenas as crianças e mulheres haviam sido retirados. Ele estava pronto a dar mais uma ordem de retirada aos cinzentos, contudo preferiu fazer isso depois, ignorar o mau cheiro dos corpos e ir falar com seu paciente, o mais proeminente previa ele. Cético, facilmente seria manipulado pela realidade. Realidade esta que Marcos podia muito bem criar, parafraseando o livro 1984 em sua mente ele sussurra de leve enquanto se aproxima de Julio ''2+2=5'', a famosa frase onde a realidade obvia e extremamente palpável do resultado de 2 mais 2 era alterada por alguém Superior.

_Como está Julio?- Inicia Marcos, com uma voz já sutil por natureza, reduzida a um tom leve e pacifico.
Julio sem forças no chão, luta para abrir os olhos e focar naquele cara, distinguir os detalhes daquela face, pronunciar algo, ajuda.
_Você está aqui há 38 horas, deixe me te ajudar, ser sua salvação. Quer comer algo e beber um pouco de água?
_Sim_ pronuncia a voz praticamente inaudível.
_Olha, estás a falar. Isso é um bom sinal, para mim, para você, para nós, somos uma equipe.
Então ele pega o copo com água, abre a porta da cela, feita de um material semelhante a vidro mas não encontrado na Terra. Ao dar o copo a seu paciente olha seu reflexo na porta. Sua pele pálida, seus cabelos morenos meio bagunçados pelas incessantes horas de trabalho ali, uma pequena cicatriz acima de sua sobrancelha direita persistia e insistia em não ir embora. Mas em todo seu narcisismo ele ainda se venerava fisicamente. Julio já acabara de beber água, extremamente mole e sem forças pergunta onde esta, o que esta havendo. ''Estou aqui para cuidar de você, eu quero ajudar você, mas permita que eu te ajude, e não feche a mente para mim''. A comida é o processo passo, o racionamento desta da fonte de água será feito por Marcos ali. Ele será o ajudador de Julio, e na nova personalidade que for criada na mente dele, Marcos é o chefe, é o deus, é o que deve  ser obedecido. Este era um dos princípios básicos daquele livro deixado próximo a jaula ''O anjo da morte'', inexistente oficialmente, escrito por vários cientistas de bases secretas desde a segunda guerra mundial, baseados nos estudos da mente de menguele, o anjo da morte. O trabalho com os dois novos pacientes estava apenas começando. Ele teria de faze-los chegar ao máximo da dor e sofrimento e então liberta-los para ser visto como seu ajudador, seu chefe. Estes pacientes não podiam falhar em sua futura missão.

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