Festa dos Pães Asmos (Chag Matzot)
Introdução
Pão ázimo ou asmo, do hebraico matstsah ou matzah, é um tipo de pão assado sem fermento, feito somente de farinha de trigo (ou de outros cereais como aveia, cevada e centeio) e água. A preparação da massa não deve exceder 18 minutos para garantir que a massa não fermente.
מצה matstsah
1) asmo (pão, bolo), sem fermento
1) asmo (pão, bolo), sem fermento
A Festa dos Pães Asmos era comemorada no dia seguinte à Páscoa, ou seja no dia 15 de Abib e terminava no dia 21 do mesmo mês, portanto com duração de sete dias: "E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos do SENHOR; sete dias comereis pães ázimos." (Lv.23:6)
Na verdade, os pães asmos deveriam ser comidos a partir da tarde do dia 14: " No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde. (Ex 12:18)
Durante a semana da Festa dos Pães Asmos, o fermento e qualquer coisa fermentada tinham que ser removidos dos lares dos israelitas.
Em Êxodo 12.15 e 13.7 a palavra hebraica 'chametz' foi traduzida por "pão levedado", porém, o significado literal desse termo, é "coisa fermentada". Noutras palavras, nada que continha fermento devia ser encontrado entre eles, em hipótese alguma, "em todo teu território" (Êx 13.7). A desobediência a esta ordenança era uma punição gravíssima. (Ex: 12:15).
1) Fermento: do hebraico 'seor' é qualquer substância que seja capaz de produzir fermentação em massa de pão ou líquido.
שאר s ̂e’or
1) levedura
1) levedura
2) Fermentado: do hebraico 'chametz' é qualquer coisa fermentada ou que contém levedura
חמץ chametz
1) aquilo que está fermentado, levedura
1) aquilo que está fermentado, levedura
"Durante sete dias comam pão sem fermento. No primeiro dia tirem de casa o fermento, porque quem comer qualquer coisa fermentada, do primeiro ao sétimo dia, será eliminado de Israel." (Ex 12:15)
"Comam pão sem fermento durante os sete dias; não haja nada fermentado entre vocês, nem fermento algum dentro do seu território." (Ex 13:7)
Contexto Histórico
No Antigo Testamento guardava-se a Páscoa separada da Festa dos Pães Asmos, apesar de terem íntima conexão.
A Páscoa era celebrada na tarde do dia 14 do mês de Abib, enquanto que a Festa dos Pães Asmos começava no dia 15 de Abib e se extendia por sete dias. Juntas formavam uma Festa dupla.
Já nos tempos de Jesus, as Festas da Páscoa e do Pães Asmos eram tratadas como uma única Festa: "Estava se aproximando a festa dos pães sem fermento, chamada Páscoa," (Luc 22.1).
Isso era devido não haver intervalo entre as duas Festas e porque ambas celebravam a mesma libertação do Egito (Êx 12.1-28). Na verdade a Festa dos Pães Asmos era a continuação da Festa Páscoa e durante essas duas Festas ainda tinha a Festas das Primícias.
A Importância do Pão Asmo para Israel:
- Era usado na consagração dos sacerdotes (Exodo 29:2/Levítico 8:2).
- Era usado na separação dos nazireus (Numeros 6:15,17)
- Era usado na Páscoa.
Pães Asmos no Tabernáculo:
Ficavam em uma mesa onde havia pratos para os pães asmos e as taças de ouro. Os pães eram colocados nos pratos em duas pilhas de 6 pães cada uma.
São chamados de Pães da Proposição ou Pão da face ou da presença, significa o alimento espiritual e alimento universal. Não havia outro tipo de alimentação, não podia ser comido fora da Tenda e eram comidos no Sábado.
Significado e Cumprimento Profético
O Pão Asmo não continha fermento porque representava a pureza de Cristo.
Também é o símbolo do verdadeiro Pão da Vida, Jesus Cristo, onde até o local do Seu nascimento era profético, Belém significa “Casa do Pão”.
O aspecto profético da Festa dos Pães Asmos é que ela retrata o sepultamento de Jesus. Assim como a Festa da Páscoa ilustrava a Sua morte na Cruz, assim também a observância dos Pães Asmos ilustrava o Seu sepultamento.
A razão histórica para a Festa dos Pães Asmos é que foi exigido que Israel comesse pão sem fermento. Isto se deve ao fato de que o fermento é um símbolo da malícia e da maldade.
"Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade." (1 Co 5:7-8)
Os Pães Asmos também expressam a nossa comunhão com Cristo, que começa com a nossa redenção e depois prossegue em uma vida santa.
Fermento, símbolo do pecado
Fermento em hebraico é s ̂e’or e deriva de sha’ar que significa “deixar de fora, sobras, restos”.
שאר sha’ar
1) restar, sobrar, ser deixado para trás
1) restar, sobrar, ser deixado para trás
“Ao primeiro dia tirareis [Shabbat] o fermento [s ̂e’or] das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado [chametz]….” (Êxodo 12:15)
A palavra sha'ar descreve a porção de massa com fermento ativo que era deixada de fora para utilização no próximo fabrico de pão. A expressão referida na passagem de Êxodo 12:15 é "Shabbat sh’or". A palavra Shabbat significa “parar, deixar de”. Daí o significado: deixar de pôr de lado a porção de massa com fermento ativo para o fabrico de pão do dia seguinte.
שבת shabath
1) parar, desistir, descansar
1) parar, desistir, descansar
Sem esta porção de fermento a massa para o fabrico de pão levaria muito mais tempo para fermentar:
“E o povo tomou a sua massa, antes que levedasse [chametz], e as suas amassadeiras atadas em suas roupas sobre seus ombros… E cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egito, porque não se tinha levedado [chametz], porquanto foram lançados do Egito; e não se puderam deter, nem prepararam comida”. (Êxodo 12:34, 39)
A palavra Sh’or é muitas vezes confundida com Chametz, mas Chametz não é o fermento em si, mas sim qualquer massa já levedada – neste caso o pão ou a massa.
A palavra Chametz, como é normal nas palavras hebraicas, assume vários significados, um deles é “ser azedo”. É esse o sentido que se aplica quando falamos de massa Chametz. Esta massa diz-se azeda porque sofreu a ação da fermentação.
Sh’or também não é fermento no sentido que nós entendemos hoje, mas sim uma parte da "massa azeda” que era posta de lado para iniciar a fermentação da próxima massa para o fabrico de pão.
Sabemos hoje, que o fermento nada mais é do que bactérias que existem no ar, porém esse conceito não existia nos tempos antigos. A própria Palavra de Deus nos dá a entender que o Sh’or era algo visível, a ponto que tinha que ser posto fora de casa.
“Sete dias se comerá pães ázimos, e o levedado [Chametz] não se verá contigo, nem ainda fermento [Sh’or] será visto em todos os teus termos.” (Êx13:7)
Veja que não era apenas o Sh’or que tinha que pôr fora de casa, mas também o Chametz. Esta é a única passagem que diz que Chametz e Sh’or deveriam se retirados de casa, em todas as outras passagens falam apenas em pôr o Sh’or.
No entanto, o princípio por detrás de pôr fora quer seja Chametz quer seja o Sh’or é o mesmo, pois se não houver Chametz em casa não será comido, da mesma forma que sem Sh’or não se pode fazer Chametz. O mandamento consiste em que se coma Matstsah (pão feito de massa não levedada).
מצה matstsah
Sentido de ser devorado avidamente em virtude de sua doçura;
1) asmo (pão, bolo), sem fermento
Sentido de ser devorado avidamente em virtude de sua doçura;
1) asmo (pão, bolo), sem fermento
A palavra Matstsah, contrariamente à palavra Chametz que significa “ser azedo”, significa “ser doce”. Esta designação apenas é válida quando aplicado à massa, porque se trata de uma massa que não levedou.
O Matstsah é uma imagem do próprio corpo de Cristo, o pão da vida, sem fermento (sem pecado). Veja: João 6:35, 48-51; Lucas 22:19.
O significado das palavras hebraicas Matstsah (pão ázimo) e Mitsvah (Mandamento) estão intimamente ligados, sendo mesmo sinônimos, pois significam o ensino puro, não adulterado da Tora que nos foi dada pelo Senhor pelo que podemos dizer que Jesus é o Pão não levedado da Tora!
Uma vez cozida, qualquer massa de pão que tivesse fermento deixa de o ter na sua forma ativa, pois o fermento morre com o cozimento. Porém, os “restos mortais” desse fermento permanecem na massa e são indissociáveis dela; daí que o Senhor nos diga para comermos pão sem fermento para não ingerirmos esses “restos mortais”.
מצוה mitsvah
1) mandamento
1) mandamento
Aspecto Espiritual
O Novo Testamento nos fala de cinco tipos de Fermento:
- Fermento dos Fariseus: "Acautelai-vos primeiramente do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia." (Lucas 12:1) - A Hipocrisia era o fermento dos Fariseus, tipo: "faça o que eu digo, mas não o que eu faço"
- Fermento dos Saduceus - "Então os saduceus, que dizem que não há ressurreição…" (Marcos 12:18a) - Os Saduceus negavam o sobrenatural de Deus, como a ressurreição, os anjos, o Espirito Santo, etc. Era uma Religião baseada em filosofia.
- Fermento de Herodes - "E ordenou-lhes, dizendo: Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes." (Marcos 8:15) - Este fermento simboliza o amor pelo mundo e suas coisas. Jesus mencionava Herodes como um homem mundano (raposa). Herodes era um assassino, que apesar de ter ouvido tantas vez a mensagem de João não se arrependeu.
- Fermento dos Gálatas - "Um pouco de fermento leveda toda a massa." (Gálatas 5:9) - Os Gálatas misturavam Cristianismo com Legalismo e se preocuvam com aparências exteriores. Misturavam Lei e Graca; Carne e Espirito; Escravidão e Liberdade.
- Fermento dos Coríntios - "Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade." (1 Coríntios 5:7-8) - O fermento dos Coríntios representa a malícia e os pecados da imoralidade.
Santificação, símbolo da ausência do fermento
"Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade." (1 Coríntios 5:8)
Assim como a Festa dos Pães Asmos era celebrada imediatamente após o sacrifício da páscoa, aquele que é redimido pelo sangue de Cristo, deve imediatamente prosseguir em seu caminho em processo de santificação: "…aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus" (2 Coríntios 7:1)
Esta oferta não poderia conter sangue do sacrifício porque o sangue era derramado por causa do pecado e "…aquele que sofreu na carne deixou o pecado" (1 Pedro 4:1) e "…quem morreu, justificado está do pecado… …a morte já não tem domínio sobre Ele" (Romanos.6:7,9).
Diversos textos das Sagradas Escrituras demonstram o processo de santificação do cristão após a Redenção. Devemos distingüir os textos que falam da Salvação e os que falam da Santificação. A tabela abaixo demonstra o paralelo dos textos bíblicos que tratam da Redenção e da Santificação do cristão.
Concluindo, as verdades simbólicas dos pães asmos são:
1- Consagração
2- Separação para o Senhor
"Jesus tira o fermento da nossa vida nos libertando do poder do pecado"
http://visaoapocaliptica.blogspot.com.br/2014/04/pascoa-especial-festas-profeticas-de.htmlLeia também.
Pascoa- Especial festas proféticas de Israel
Festa das Prímicias- Especial festas proféticas de Israel
Pentecoste ou Festa das semanas- Especial festas proféticas de Israel
Festa das Trombetas- Especial festas proféticas de Israel
Nenhum comentário:
Postar um comentário