Muitos estudiosos acreditam que as Sete Festas de Israel têm um significado profético, pois além de apontar para Cristo como o Cordeiro Pascal, elas também falam da ‘parousia’ que é a Segunda Vinda do Senhor Jesus.
As Festas Bíblicas foram ordenanças do Senhor e por quatro vezes encontramos a declaração de que elas seriam um 'estatuto perpétuo' para Israel. (Levítico 23)
Cristo cumpriu as quatro festas comemoradas na Primavera, no tempo exato designado para sua celebração, segundo o calendário judaico.
Isso quer dizer que, uma vez que o ciclo de festas da Primavera foi cumprido por Cristo em sua primeira Vinda, também o ciclo de festas do Outono será cumprido, no futuro, com os eventos relacionados à segunda Vinda de Jesus.
As Sete Festas são:
Primavera
- Páscoa (Pessach)
- Pães Ázimos (Matzot)
- Primícias (Habicurim)
- Semanas ou Pentecoste (Shavuot)
Outono
- Trombetas (Rosh Hashaná)
- Dia da Expiação (Yom Kipur)
- Tabernáculos (Sucot)
Nesta primeira série de estudos iremos abordar a primeira festa do ciclo da Primavera: a Páscoa
Páscoa (Pessach)
Introdução
Páscoa (do Hebraico פסח pessach e do Grego πασχα pasch) é uma festa judaica onde se comemora a libertação dos israelitas do Egito. A celebração é realizada entre os 14º e 22º dias de Nissan ou Adar II (Abib no Tanakh) que corresponde a março ou abril do nosso calendário.
Nota 1: O mês de Nissan é o nome dado ao primeiro mês do calendário judaico religioso, que se inicia com a primeira Lua nova da época da cevada madura em Israel. O nome Nissan tem origem babilônica. Na Torá o nome do mês é Abib que significa 'espigas verdes'. Nissan é um mês de 30 dias que marca o ínicio da primavera no hemisfério norte.
Nota 2: Para o povo judeu havia o ano sagrado e o ano civil. O sagrado começava no 1° dia do mês de Abib/Nissan na Estação da Primavera. O civil começava no 1° dia do mês de Tishrei na Estação de Outono. O ano é dividido em 12 meses lunares, com um 13° mês 7 vezes em cada 19 anos.
O Pessach significa 'passagem' ou 'passar por cima' onde o Senhor poupou as casas dos Filhos de Israel e livrou-os da décima praga que foi a morte do primogênito de cada família egípcia. Portanto, se comemora a libertação dos filhos de Israel da escravidão do Egito além de marcar o nascimento dos hebreus como povo.
A festa também tem um significado agrícola, pois marca o início do período de colheita na terra de Israel. Os antigos pastores e agricultores comemoravam o início da colheita da cevada e a entrega do ômer.
Nota: Ômer era uma medida de cevada (aproximadamente 2,2 l) que se levava ao Templo como oferta no segundo dia de Pêssach.
O "Último dia de Pessach", conhecido como 'Acharon shel Pessach' é também uma festa que comemora a Passagem do Mar Vermelho.
Contexto Histórico
"Então disse a Abrão: Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos, mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com grande riqueza. E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado. E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia." (Gên 15:14-16)
Já havia se passado cerca de 430 anos desde que o Senhor falara a Abraão dizendo que sua descendência seria peregrina e ficaria sob servidão e aflição, contudo as Suas promessas não falham, pois Ele vela pela Sua Palavra para cumpri-la.
A peregrinação no Egito começou com a descida de Jacó e seus filhos para se encontrar com José que era governador do Egito.
Anos depois, os egípcios começaram a afligir os israelitas. Quando os sofrimentos dos filhos de Israel tornaram-se insuportáveis, clamaram ao Senhor que ouviu seus clamores. O Senhor então levantou Moiséis para que libertasse seu povo.
O Senhor castigou a terra dos egípcios com pragas, mas apesar disso o coração do Faraó tornou-se endurecido e se recusava a deixar o povo de Israel sair, apenas na décima praga permitiu a libertação.
Décima e última praga: "À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo o primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta com ele sobre o seu trono, até ao primogênito da serva que está detrás da mó, e todo primogênito dos animais. E haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve semelhante e nunca haverá" (Êx 11.4-6).
O povo de Israel habitava no Egito e se não fosse a intervenção de Deus como poderiam escapar do anjo destruidor?
O Senhor então providenciou a proteção a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tinha que tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao entardecer do dia 14 de Abib (Êx 12.3-6). O sangue do cordeiro sacrificado devia ser aspergido em ambas as ombreiras e na viga da porta das casas. Quando o Anjo passasse, passaria por cima daquelas casas que tivessem a marca do sangue. Assim, pelo sangue do cordeiro morto, o povo de Israel foi protegido da condenação da morte que foi executada contra os primogênitos egípcios.
Neste evento o Senhor ensinou ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, a fim de prepará-los para o advento do "Cordeiro de Deus" (Jesus) que tiraria o pecado do mundo. Ver Êx 12 e João 1.2.
Naquela noite específica, os israelitas deveriam estar vestidos e preparados para viajar. A ordem recebida era assar o cordeiro, preparar ervas amargas e pães sem fermentos. Ao anoitecer, já estariam prontos para a refeição e para partir rápido, pois com a décima praga os egípcios rogaram que deixassem o país. No dia 15 de Abib os filhos de Israel deixaram a terra do Egito.
O Dia, a Hora e o Local da Páscoa
A Páscoa foi instituída na noite em que ocorreu o Êxodo do Egito. A primeira Páscoa foi celebrada na Lua Cheia, no final do dia 14 do mês de Abib, dali em diante deveria ser celebrada anualmente.
A festa começa com a morte de um cordeiro como oferta pelo pecado (Ex.12:2,6), no dia 14 do mês de abib, ou seja, um dia antes dos Pães Asmos (Lv.23:6) e dois dias antes das Primícias (Lv.23:12).
O dia civil judaico (período de 24 horas) se inicia às 18:00h e termina às 18:00h do dia subseqüente, portanto a noite vem primeiro que o dia.
O dia judaico (12 horas) compreende o intervalo entre a aurora e o crepúsculo (06:00h às 18:00h), era dividido em três partes: manhã, meio-dia e tarde (Sl.55:17).
Os judeus distinguiam duas tardes no dia:
- a primeira ia das 15:00h às 18:00h;
- a segunda se iniciava ao pôr do sol (18:00h) indo até a escuridão da noite, aproximadamente às 19:00h. (Mt.14:15 e 23).
O sacrifício da Páscoa era oferecido "no crepúsculo da tarde" (Lv.23:5; Nm.28:4,8).
A passagem faz referência à primeira tarde (15:00h às 18:00h). A segunda tarde, que se iniciava às 18:00h, e a manhã, que tinha início às 06:00h, juntos formavam um dia (Gn.1:5).
Mais tarde o Senhor estabeleceu um local apropriado para que o ritual da Páscoa fosse realizado:
"Então sacrificarás como oferta de páscoa ao Senhor teu Deus, do rebanho e do gado, no lugar que o Senhor escolher para ali fazer habitar o seu nome. Não poderás sacrificar a páscoa em nenhuma das tuas cidades que te dá o Senhor teu Deus. Senão no lugar que o Senhor teu Deus escolher para fazer habitar o seu nome, alé sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr do sol, ao tempo em que saíste do Egito. Então a cozerás, e comerás no lugar que o Senhor teu Deus escolher…" (Dt.16:2,5-7).
Significado e Cumprimento Profético
Os cordeiros que eram sacrificados na Páscoa eram um símbolo, um tipo do verdadeiro Cordeiro que tira o pecado do mundo: Jesus Cristo.
Cordeiro perfeito (Êxodo 12:5)
O cordeiro escolhido por cada família tinha que ser absolutamente perfeito. Isso significava que tinha que passar por uma investigação rigorosa para ver se havia algum defeito, não importa quão pequena seja. 1 Pedro 1:18-20 descreve Jesus como o Cordeiro Imaculado. Ele também passou por uma série de investigações para determinar se nEle havia alguma culpa:
- Ele foi examinado pelos príncipes dos sacerdotes e os anciãos (Mateus 21:12)
- Ele foi examinado por Pilatos (Mateus 27:1-26)
- Ele foi examinado por Herodes (Lc 23:6-12)
- Ele foi examinado pelo Sumo Sacerdote Anás (João 18:13, 24)
- Ele foi examinado pelo sumo sacerdote Caifás (João 18:13-14, 19-24, 28)
Ninguém no mundo político e religioso encontrou qualquer causa para colocá-lo à morte. Ele era absolutamente inocente, o nosso Salvador perfeito. Não admira que só o Seu sangue poderia expiar o pecado.
Redenção:
O evento que corresponde à Páscoa no Novo Testamento é a Redenção.
Redenção tem a ver com libertação de escravos, pois alude à libertação que Deus concedeu a Seu povo Israel, da escravidão no Egito. Os Israelitas não tinham como alcançar a liberdade, e necessitavam de alguém que fizesse isto por eles. E foi isto que o Senhor fez por Israel .Toda redenção acontece porque um preço é pago . Neste caso, a fiança foi o sangue do cordeiro da Páscoa. Os israelitas foram resgatados da morte e da escravidão egípcia, para passar a pertencer a outro dono, a Deus . A verdadeira Redenção significava que eles estariam livres dos cruéis egípcios para servir ao Deus vivo.
Assim como um cordeiro foi sacrificado no dia da Páscoa para a libertação dos Israelitas do Egito, Cristo foi sacrificado para a libertação dos nossos pecados:
"…Ele salvará o seu povo dos pecados deles" (Mt.1:21);
"…pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados" (Ap.1:5);
"…Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado" (I Co.5:7).
A palavra hebraica chata’ usada para traduzir pecado é derivada de uma forma verbal que significa purificar, de modo que o substantivo significa um sacrifício que obtém a purificação.
חטא chata’
1) pecar, falhar, perder o rumo, errar, incorrer em culpa, perder o direito, purificar da impureza
Dessa forma podemos entender melhor o sentido do texto de Gênesis 4:7: "…se, todavia, procederes mal, eis que o (a oferta pelo) pecado jaz à porta… …a ti cumpre dominá-lo (domá-lo)"
Esta identificação também pode ser vista no Novo Testamento: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez (oferta pelo) pecado por nós…" (II Co.5:21).
Este era o método usado por Deus, desde os tempos de Adão, para perdoar os pecados: O sangue deveria ser derramado, veja Gn.3:21.
"Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida" (Lv.17:11).
A palavra ‘expiação’ vem do hebraico:
כפר kaphar
1) cobrir, purificar, fazer expiação, fazer reconciliação, cobrir com betume
A Bíblia diz que "…sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb.9:22). No tempo do Antigo Testamento o sangue dos animais apenas cobria os pecados. O sangue de Cristo tira o pecado do mundo “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (Jo.1:29).
O Dia do Sacrifício
A primeira Páscoa foi comemorada numa sexta-feira. Jesus Cristo também foi crucificado numa sexta-feira:
“E no dia seguinte, que é o dia depois da Preparação, reuniram-se os príncipes dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos.” (Mt.27:62)
E, chegada a tarde, porquanto era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado. (Mc.15:42)
E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado. (Lc.23:54)
E era a preparação da páscoa, e quase à hora sexta; e disse aos judeus: Eis aqui o vosso Rei. (Jo.19:14)
Jesus foi crucificado na hora terceira, ou seja, às 09:00h: "E era a hora terceira, e o crucificaram." (Mc.15:25).
Da hora sexta à hora nona (12h00h às 15h00h) houve trevas sobre a terra (Mt.27:45; Lc.23:44-46):
"E desde a hora sexta houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona." (Mt.27:45)
"E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol; E rasgou-se ao meio o véu do templo. E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou." (Lc.23:44-46).
Na hora nona, compreendida entre 15h00h e 18h00h (pôr-do-sol), Jesus rendeu o espírito cumprindo o mesmo período designado para o sacrifício da Páscoa, ou seja, no crepúsculo da tarde,
"No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do SENHOR." (Lv.23:5)
Um cordeiro sacrificarás pela manhã, e o outro cordeiro sacrificarás à tarde:
"E o outro cordeiro sacrificarás à tarde, como a oferta de alimentos da manhã, e como a sua libação o oferecerás em oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR." (Nm.28:4,8).
A Hora do Sacrifício
Tudo indica que Jesus morreu após às 15:00h que é a hora nona:
"E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol; E rasgou-se ao meio o véu do templo. E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou." (Lc.23:44-46)
"Naquele tempo as horas não eram precisas, por isso é possível que Jesus tenha morrido entre 15:00h e 17:00h e sepultado após as 17:00h: E, chegada a tarde, porquanto era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado." (Mc.15:42),
O sábado iria começar às 18:00h: "Era o Dia da Preparação, e estava para começar o sábado." (Lc.23:54)
A Lei Judaica proibia o trabalho aos sábados e a permanência de um corpo morto na cruz:
“Se um homem culpado de um crime que mereça a morte for morto e pendurado num madeiro, não deixem o corpo no madeiro durante a noite. Enterrem-no naquele mesmo dia, porque qualquer que for pendurado num madeiro está debaixo da maldição de Deus. Não contaminem a terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá por herança. (Dt.21:22,23)
“Esse era o Dia da Preparação, e o dia seguinte seria um sábado especialmente sagrado. Por não quererem que os corpos permanecessem na cruz durante o sábado, os judeus pediram a Pilatos que ordenasse que lhes quebrassem as pernas e os corpos fossem retirados.” (Jo.19:31).
Assim sendo, a morte de Jesus foi mais rápida do que se esperava: “Pilatos ficou surpreso ao ouvir que ele já tinha morrido. Chamando o centurião, perguntou-lhe se Jesus já tinha morrido.” (Mc.15:44).
Isto ocorreu por 4 motivos:
1) Jesus é o Cordeiro Pascal, e como tal deveria morrer no mesmo período do sacrifício da Páscoa: “Guardem-no até o décimo quarto dia do mês, quando toda a comunidade de Israel irá sacrificá-lo, ao pôr-do-sol.” (Ex.12:6);
2) Suas pernas não poderiam ser quebradas para acelerar a sua morte:
"Vieram, então, os soldados e quebraram as pernas do primeiro homem que fora crucificado com Jesus e em seguida as do outro. Mas quando chegaram a Jesus, percebendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.” (Jo.19:32,33)
“Vocês a comerão numa só casa; não levem nenhum pedaço de carne para fora da casa, nem quebrem nenhum dos ossos.” (Ex.12:46)
“Não deixarão sobrar nada até o amanhecer e não quebrarão nenhum osso do cordeiro. Quando a celebrarem, obedeçam a todas as leis da Páscoa.” Nm.9:12;
“protege todos os seus ossos; nenhum deles será quebrado.” (Sl.34:20);
3) Seu corpo não poderia permanecer no madeiro:
“Quando também em alguém houver pecado, digno do juízo de morte, e for morto, e o pendurares num madeiro,
"O seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim não contaminarás a tua terra, que o SENHOR teu Deus te dá em herança.” (Dt.21:22,23)
4) O próprio Jesus rendeu o seu espírito:
“E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.” (Jo.19:30) “Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.(Jo.10:18)
“Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei.” (Jo.2:19).
O Local do Sacrifício
O local exato da morte de Cristo não é conhecido, mas a Bíblia menciona que o lugar onde Cristo foi crucificado se chamava Calvário:
“E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.” (Lc.23:33).
Em hebraico (aramaico) o nome é Gólgota:
“E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota,” (Jo.19:17) que significa Lugar da Caveira: “E, chegando ao lugar chamado Gólgota, que se diz: Lugar da Caveira.” (Mt.27:33).
Jesus Cristo não poderia ser crucificado fora da Judéia, apesar de que foi crucificado fora de Jerusalém:
“E muitos dos judeus leram este título; porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, grego e latim.” (Jo.19:20)
“E, lançando mão dele, o arrastaram para fora da vinha, e o mataram.” (Mt.21:39)
“Porque os corpos dos animais, cujo sangue é, pelo pecado, trazido pelo sumo sacerdote para o santuário, são queimados fora do arraial. E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta.” (Hb.13:11,12
A Judéia era o local do templo de Salomão, onde Deus havia escolhido para habitar:
“E o SENHOR lhe disse: Ouvi a tua oração, e a súplica que fizeste perante mim; santifiquei a casa que edificaste, a fim de pôr ali o meu nome para sempre; e os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os dias.” (I Rs.9:3)
Tudo isto evidencia que Deus queria mostrar que só há um Caminho para a salvação. Os sacrifícios da Páscoa não podiam ser realizados em qualquer lugar, mas somente no lugar onde Deus havia determinado. Os sacrifícios e adoração fora de Jerusalém eram considerados pecado (I Rs.12:25-33; I Rs.13:9,10; I Rs.8:29,33,38,44; Dn.9:3).
Deus não aceita outro sacrifício além do sacrifício que Cristo realizou no Calvário. Desse modo, ordenando que os sacrifícios fossem realizados no templo, Deus estava querendo demonstrar que só há um caminho para a salvação.
Jesus é descendente de Judá “O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.” (Gn.49:9), leia toda a profecia (Gn.49:8-12).
Por esta razão a tribo de Judá recebeu lugar de honra na ordem dos acampamentos da tribo, diante do tabernáculo: “Os que armarem as suas tendas do lado do oriente, para o nascente, serão os da bandeira do exército de Judá, segundo os seus esquadrões, e Naassom, filho de Aminadabe, será príncipe dos filhos de Judá.” (Nm.2:3), veja também Lc.1:78,79; Sl.84:11; Ml.4:2.
A salvação vem dos judeus (Jo.4:22) e o judeu Jesus é a Porta (Jo.10:9) que dá acesso ao Pai.
O esquema abaixo mostra a localização das doze tribos em volta do tabernáculo. Veja que a tribo de Judá permanecia em frente da porta de entrada para o tabernáculo, no lado leste. Isso indicava que um descendente de Judá haveria de abrir o caminho que dá acesso a Deus. Leia as passagens: Lc.1:78; Nm.2:3; Sl.84:11; Ml.4:2.
Conclusão
A Palavra de Deus nos faz saber que o Senhor Jesus é a Verdadeira Páscoa, pois:
- É através Dele que passamos da morte para a vida;
- É através Dele e do Seu sacrifício que os nossos pecados são perdoados
- É Nele que devemos iniciar um novo caminho de santificação, sem o qual não poderemos ver a Deus (Hebreus 12:14).
Por isso para nós também Páscoa significa “Passagem” e "Libertação":
“Passagem” de uma condição de pecado para uma vida santificada em Cristo.
“Libertação” do velho homem e transformação em “nova criatura” em Cristo.
Maranata
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